Conhecendo Juwann Winfree

Saudações torcedores e torcedoras do laranja e azul de Denver! O Draft terminou mais cedo para o Denver Broncos após um trade up que resultou na escolha de Juwann Winfree, WR da Universidade do Colorado. Vamos conhecer a nova peça do ataque dos Broncos.

Vale lembrar que já apresentamos o restante da classe de 2019 do Denver Broncos, então não deixe de conferir os posts de Noah FantDalton Risner, Drew Lock, Dre’mont Jones e Justin Hollins. Apresentaremos os jogadores não draftados que os Broncos contrataram em breve, além de toda a cobertura da offseason. Não deixem de acompanhar a gente aqui no site e nas redes sociais.

Primeiros anos

Foto: Baltimore Sports Life

Juwann Winfree nasceu em Manhattan, Nova York, em 4 de setembro de 1996 (22 anos). Ele tem esporte na família, já que seu pai jogou basquete no college pela Sacred Heart University e seu primo, Garel Craig, também jogou basquete no college, mas por NAIA Georgetown.

Iniciando sua carreira na Dwight Morrow High School, Winfree jogou futebol americano, participou de competições de corrida e jogou basquete no ano de freshman.

Em seu senior year, Winfree recebeu 33 passes para 733 jardas e oito touchdowns, alcançando média de 22.2 jardas por recepção, além de ter quatro jogos de 100 ou mais jardas. Na defesa, anotou 42 tackles, duas interceptações e um passe desviado e ainda retornou um punt na carreira, para 55 jardas.

Ele foi nomeado para o terceiro time All State jogando na defesa, recebeu honras de first team All-Bergen County e foi selecionado para dois All Star games: Offense-Defense All-American Game e New York vs. New Jersey All-Star Classic.

Winfree foi ranqueado pela Scout.com como o 52º prospecto da posição de WR da nação saindo da escola. Ele se tornou o primeiro jogador da escola em oito anos a jogar na FBS.

Carreira no College

Juwann Winfree foi considerado um prospecto quatro estrelas e recebeu ofertas para jogar por mais de 20 universidades, incluindo Georgia, Maryland, N.C. State, Pitt, Vanderbilt e West Virginia. Ele optou por assinar com a Universidade de Maryland.

Maryland

Foto: Washington Post

Winfree viu alguma ação cedo em seu freshman year, jogando com Stefon Diggs como seu teammate em 2014. Como true freshman, jogou em oito partidas, embora nenhuma como titular, recebendo 11 passes para 158 jardas e dois touchdowns.

Diggs é apontado como a razão de Winfree ter decidido manter o comprometimento de jogar em Maryland. O WR coach que recrutou Winfree mudou de time e Winfree podia ter escolhido outra universidade entre as cerca de 20 ofertas, mas decidiu ficar em Maryland após Diggs se colocar como um mentor, ajudando o freshman desde o primeiro dia.

No entanto sua carreira em Maryland, onde ele era projetado como uma arma importante para o ataque em seu segundo ano com Diggs indo para a NFL, não durou muito.

Winfree foi suspenso por dois jogos por violar o código de conduta da universidade e posteriormente foi novamente suspenso, dessa vez indefinidamente.

Winfree tinha 17 anos quando chegou a Maryland vindo direto do high school e atribui seus erros na época a imaturidade, a achar que tudo estava garantido. Ele diz que se meter em problemas na época fez ele aprender o que estava em jogo.

Coffeyville Community College

Fonte: JuCo Football Forer

Para recomeçar sua carreira, Juwann recorreu à Coffeyville Community College, universidade da NJCAA, junior college (JUCO) que disputa a mesma liga que a universidade apresentada pela série da Netflix, Last Chance U.

Em Coffeyville, Winfree recebeu menção honrosa da All-KJCCC, sendo ranqueado como o prospecto de número 26 da liga. Ele teve 55 recepções para 837 jardas e sete touchdowns, tendo quatro jogos com mais de 100 jardas recebidas e anotando médias de 15.2 jardas por recepção.

Após terminar a temporada de sophomore em Coffeyville com um recorde de 8-3, Winfree retornou à primeira divisão do College Football (FBS), se juntando à Universidade do Colorado.

Colorado

Foto: Ralphie Report

Nos Buffaloes, Winfree começou tendo impacto imediato nos treinamentos, mas após duas semanas, ele sofreu uma ruptura do ligamento cruzado anterior (ACL), que o forçou a fazer uma cirurgia que encerrou sua temporada antes mesmo de começar. A temporada não contou como um ano de elegibilidade e sim como redshirt, dando mais dois anos para Winfree encerrar sua carreira no College.

Em 2017, Winfree teve de fato sua temporada como junior. Jogou em todos os 12 jogos, mas apenas em um ele atuou como titular. Recebeu 21 passes para 325 jardas e dois TDs na temporada, com média de 15.5 jardas por recepção. Seu melhor jogo veio contra USC (então nº 15 na nação), recebendo cinco passes para 163 jardas e 2 TDs.

Alguns artigos especializados no Colorado Buffaloes apontam para uma preferência da coaching staff que estava por lá na época pelos WRs seniors (Bryce Bobo, Shay Fields e Devin Ross) em detrimento dos mais novos e tidos como melhores, como Winfree, KD Nixon e o fantástico Laviska Shenault Jr.

Para se ter ideia, Shenault, projetado como escolha de primeira rodada de 2020, teve apenas 7 recepções para 168 jardas em 2017. Ano passado ele teve 86 recepções para 1011 jardas.

Em 2018, seu senior year, ele abriu a temporada sendo nomeado como fourth-team All-Pac-12 pela Athlon Sports na lista pré-temporada. Mas Winfree não viveu às expectativas, sofrendo novamente com lesões e finalizando a temporada de forma desanimadora.

Winfree sofreu uma torção no tornozelo na semana 2 que o tirou de campo por mais de um mês, no que seria o ano em que se esperava que ele tivesse uma breakout season.

Fora de campo, no entanto, Juwann Winfree saiu de um jogador que descumpria regras do time a ponto de ser suspenso por tempo indeterminado por Maryland, para um cidadão modelo e, para a surpresa de ninguém já que ele foi escolhido por Elway, eleito capitão do time, com ética de trabalho impecável e fortes traços de liderança.

Ele terminou sua temporada final nos Buffs com 28 recepções para 324 jardas e 2 TDs. Assim, ele finalizou sua carreira na NCAA com 60 recepções para 807 jardas e 6 TDs (não incluindo o ano na junior college).

Processo pré-Draft

Winfree teve uma carreira difícil no College, como vimos acima, e nunca atingiu seu potencial, seja por problemas com técnicos ou por lesões que se acumularam. Assim, ele é um jogador para ser desenvolvido, mas com um potencial tremendo.

Companheiro de time de Phillip Lindsay, Winfree também não foi convidado para o Combine. Em seu Pro Day, ele mediu 1,85 m, 80 centímetros de braço, pesou 95 kg, correu as 40 jardas em 4,5 segundos, 84 cm no salto vertical e 3,1 metros no broad jump e os reports foram de que ele foi bem recebendo passes no Pro Day.

Juwann Winfree era visto em geral como um jogador que não seria draftado ou que, no máximo, ouviria seu nome nas últimas rodadas do Draft, já que nunca teve muita produção que justificasse uma escolha mais alta.

No entanto, lendo scouting reports sobre o jogador, fica claro que o maior problema de Winfree é a falta de produção devido a lesões.

Ele é tido como um recebedor de bom tamanho, que volta para a bola para se fazer um alvo disponível, encontra os buracos em cobertura em zona, ajusta para receber passes errantes, estende as mãos, tem coordenação entre olhos e mãos, tem rotas sólidas, vendendo bem os cortes, usa bem as mãos para conseguir separação de defensores, tem senso de timing e coloca esforço em campo como bloqueador.

Como contras, Winfree sofreu com lesões, com um rompimento de ACL em 2016 e um 2018 cheio de pequenas lesões que atrapalharam sua produção o ano inteiro, falta a ele um release mais rápido saindo da linha de scrimmage e tem velocidade limitada.

Winfree nos Broncos

Foto: Denver Broncos, site oficial

No terceiro dia do Draft, os Broncos usaram a escolha de sexta rodada adquirida na troca por Dekoda Watson (pick 212) juntamente com uma escolha de sétima rodada (pick 237) em uma troca com o Carolina Panthers para adquirir a escolha 187 e escolher Juwann Winfree, para a surpresa de muitos.

Nas últimas rodadas do Draft, os times costumam apostar mais no teto dos jogadores, buscando jogadores que tem imenso potencial, mesmo sem ter mostrado muita produção no College. O famoso “low risk, high reward” (risco baixo, recompensa alta). E Juwann Winfree é exatamente isso. Um projeto.

Dane Bruglers do The Athletic, sumariza o prospecto Juwann Winfree em seu guia do draft da seguinte maneira: Winfree ainda não jogou seu melhor football e pode se provar um steal para um time paciente disposto a afiar suas habilidades.

Hoje, Winfree parece ter sido um reach, principalmente porque os Broncos subiram para pegá-lo na sexta rodada, quando a ideia geral era de que ele não seria draftado. No entando, os Broncos dizem acreditar que outros times o pegariam antes. Nunca saberemos, mas se os analistas estiverem errados nessa, com certeza não será a primeira vez. O mesmo vale para Elway e os scouts.

O Pro Day e o interesse do WR coach Zach Azzanni parecem ter sido providenciais para os broncos terem Winfree como um target para o dia 3 – e Elway confirmou que ele era um target.

Eu definitivamente não achei que eles me tinham alto, para ser honesto, mas depois do Pro Day local que eu participei, e sentando com o técnico de receivers [Zach Azzanni], ele realmente expressou interesse alto em mim. A partir daí eu pude ver que eu realmente mudei o ponto de vista deles sobre mim. Eles me verem finalizar, ver o tipo de jogador que eu sou, o tipo de homem que eu sou fora de campo foi grande para mim. Isso definitivamente ajudou muito.

Juwann Winfree falando os Broncos e sobre sua visita no Pro Day local dos Broncos.

O potencial com certeza está presente. Se Winfree conseguir se livrar das lesões e estar em campo de forma mais consistente, ele tem potencial para contribuir num futuro próximo. Confesso que não gostava muito da escolha, principalmente por os Broncos terem subido por ele, até parar para ler e escrever sobre Winfree. Agora eu olho para ele e vejo um possível steal.

E você, torcedor ou torcedora? O que achou da escolha de Juwann Winfree?