Saudações torcedores e torcedoras do laranja e azul de Denver! Os Broncos se mantiveram na escolha 15 e torceram para um WR cair até eles. Surpreendentemente, dois dos considerados como melhores da classe na posição estavam lá e os Broncos escolheram Jerry Jeudy, o recebedor número 1 de Alabama. Vamos conhecer a nova arma do nosso ataque!
Se Drew Lock não for o cara mais feliz do mundo, certeza que está no top 5. John Elway e companhia refizeram o ataque dos Broncos nos dois últimos anos e o resultado parece assustador para as defesas adversárias.
Para começar as coisas, os Broncos saíram da primeira rodada com uma excelente arma ofensiva em Jerry Jeudy. O recebedor de Alabama teve uma carreira extremamente produtiva e chega sendo considerado o melhor corredor de rotas saindo do College desde Amari Cooper.
Primeiros anos
Jerry Jeudy nasceu em Deerfield Beach, no estado da Florida, em 24 de abril de 1999. Foi draftado poucas horas antes de completar 21 anos. Frequentou a Deerfield Beach High School, onde teve 76 recepções para 1054 jardas e 15 touchdowns.
Suas performances foram o suficiente para ser classificado como um recruta de cinco estrelas, o terceiro WR da nação e o 21ª prospecto entre todas as posições, de acordo com o 247Sports. Se comprometeu com a Universidade de Alabama, onde jogou entre 2017 e 2019.
Jeudy no College
Jerry Jeudy se comprometeu em jogar para o Crimson Tide em julho de 2016. Se matriculou cedo e participou do A-Day spring game de Alabama, onde foi eleito MVP após receber cinco passes para 134 jardas e dois touchdowns. Como freshman, Jeudy recebeu 14 passes para 264 jardas e dois touchdowns.
Antes da temporada de sophomore, Jeudy fez uma cirurgia para corrigir uma lesão no menisco, mas já estava saudável nos camps antes da temporada começar. Na derrota para Clemson na final do College da temporada de 2018, teve cinco recepções para 139 jardas e um touchdown. Dos 15 jogos em que jogou em Alabama em 2018, Jeudy marcou ao menos um touchdown em dez deles. Ao todo, teve 68 recepções para 1315 jardas e 14 touchdowns como sophomore, chegando na impressionante marca de 19,3 jardas por recepção.
Foi nomeado first-team All-American e first-team All-SEC e recebeu o Prêmio Fred Biletnikoff, recebido pelo jogador considerado como melhor WR da nação.
Em 2019, como junior, Jerry Jeudy jogou sua última temporada com o Crimson Tide antes de entrar para o Draft da NFL, ainda tendo um ano de elegibilidade. Ele foi um pre-season All-American eleito de forma unânime e era o favorito para ganhar novamente o Fred Biletnikoff (que acabou com Ja’Marr Chase, de LSU). Mas com a lesão de Tua Tagovailoa, QB de Jeudy em Alabama, não conseguiu repetir os números da temporada de sophomore. Ainda assim, teve 77 recepções (maior marca da carreira) para 1163 jardas e 10 touchdowns em 13 jogos.
Jeudy é apenas o segundo WR da história de sua universidade a ter temporadas back-to-back de mais de 1000 jardas recebidas. Lembrando que esta universidade é a toda poderosa Alabama.
Em janeiro de 2020, Jerry Jeudy anunciou que abriria mão do último ano de elegibilidade no College e se canditaria para o Draft da NFL, encerrando a carreira em Alabama com 2742 jardas, 26 touchdowns e 17,2 jardas por recepção.
Jeudy no processo pré-Draft
Desde o início do processo, Jerry Jeudy era considerado, se não o melhor, um dos melhores WRs da classe. Acabou sendo o segundo a ser selecionado, depois do teammate Henry Ruggs, que era considerado em geral como o terceiro da classe. O debate era maior entre Jeudy e CeeDee Lamb, de Oklahoma, que acabou escolhido com a pick 17 pelo Dallas Cowboys.
No Combine, Jeudy mediu 1,85m de altura (6 ft. 1), 88 quilos (193 lbs), os braços mediram 82 cm (32 1/8 inches) e as mãos 24 cm (9 1/2 inches). Correu as 40 jardas em 4,45 segundos, 4,53 segundos no 20-yard shuttle, pulou 89 cm (35 inches) no vertical jump e 3,05 m (10 ft.) no broad jump.
Chegou a ser cogitado para times dentro do top 10 durante o processo, mas geralmente era visto como a escolha de um dos times entre a 10 e a 15, desde os Jets na 11, Raiders na 12 e 49ers na 13, até os Broncos na 15. Com tantos times ligados a ele no processo pré-Draft, foi bem surpreendente vê-lo chegar até a 15.
Nos últimos dias antes do Draft, houve alguns rumores de que dois times teriam preocupações sobre o joelho de Jeudy. Se isso era verdade (pode ter sido uma chamada smokescreen, onde um time lança uma informação falsa para fazer um jogador cair), os Broncos não eram um desses times.
Jeudy foi ligado aos Broncos em reports recentes, principalmente de nomes como o repórter Woody Paige, que apesar de ter errado em relação ao trade up, acertou no interesse dos Broncos no jogador.
Jeudy nos Broncos
Ele não é o mais rápido dos três – Ruggs fica com o posto – nem o mais físico – certamente CeeDee Lamb – mas é fácil entender os motivos para que seja o wide receiver número 1 no board do Denver Broncos.
Primeiro, ele é um playmaker completo. É de longe o melhor corredor de rotas da classe, e um dos melhores que já vimos saindo do College.
A capacidade de criar separação a todo instante é ímpar, a velocidade no tape e a habilidade de “quebrar” tornozelos de defensores com jukes fazem dele um jogador que deve ter impacto desde o primeiro ano.
Ainda temos a vantagem de que Jeudy é um belo complemento para as habilidades de Courtland Sutton.
Agora temos um recebedor físico, que ganha em bolas contestadas e faz recepções impressionantes com Sutton de um lado como “X”, Jeudy, com suas rotas refinadas e playmaking ability oposto como o recebedor “Z” e o veloz K. J Hamler, de quem falaremos no próximo post, saindo do slot.
Além disso, temos opções no backfield, com um RB menor e explosivo em Phillip Lindsay e outro maior e que tem boa habilidade recebendo passes em Melvin Gordon. Na posição de TE, Noah Fant vai para seu segundo ano e draftamos Albert Okwuegbunam, o alvo preferido de Drew Lock em Missouri.
Para mim, parece um ataque perigoso para as defesas adversárias. Algo que não temos há anos.
Voltando a Jeudy, é claro que não é um prospecto perfeito. Se fosse, teria sido uma pick top 3. Têm alguns drops relacionados a concentração, principalmente no meio do campo. Tem uma altura boa para a posição, mas seu físico poderia incluir mais massa, o que faz com que não tenha tanta força tanto para brigar pela bola, quebrar tackles ou ajudar nos bloqueios.
Terá que trabalhar para eliminar os drops, mas com seu volume de jogo em Alabama, o número não preocupa tanto. E Zach Azzanni vai ficar bem feliz em trabalhar com Jeudy para eliminar esses lapsos mentais. Se não tivéssemos Courtland Sutton, a questão do atleticismo seria mais preocupante, mas com Jeudy jogando oposto a Sutton e por vezes saindo do slot, esse problema diminui.
Outro ponto que diminui a preocupação do aspecto de fisicalidade, é o release elite que Jerry Jeudy mostra em todo seu tape. WRs que são menos físicos, costumam ter problemas em sair da linha de scrimmage. Não é o caso de Jeudy.
E uma das coisas mais importantes para um prospecto se desenvolver na NFL: ele aparenta ter ótima work ethic. Neste vídeo, está fazendo um workout… No dia do Draft. Baita mentalidade que, com certeza, seus dias em Alabama ajudaram a construir.
Minha mãe é uma trabalhadora, desde que eu era pequeno, então não importa o que ela faça, eu herdei minha ética de trabalho dela. Ela trabalha duro para colocar comida em nossa mesa e cuidar de nós, então é daí que vem minha ética de trabalho.
No último jogo por Alabama, um Bowl Game contra Michigan, Jerry Jeudy optou por jogar, enquanto muitos prospectos que vão para o Draft preferem evitar o risco de lesão e não jogam nos Bowl Games (quando não são os dos playoffs do College é claro). Optou por jogar no Bowl Game contra Michigan e teve seis recepções para 204 jardas e 1 TD. Ele falou sobre ter jogado.
Primeiro de tudo, eu joguei football a minha vida toda. Então eu não podia só sentar e ver meu time jogar, e meus irmãos em campo… Então eu só quis ir trabalhar com meus irmãos, como eu fiz a temporada inteira. Eu amo jogar football, então eu só queria competir, com meus irmãos.
Mesmo não julgando jogadores que pulam os Bowl Games para se preparar para o Draft, afinal lesões acontecem (Jake Butt rompeu ACL em um jogo desses antes do Draft), eu admiro os caras que deixam o risco de lado para jogar um último jogo com seus teammates.
Jeudy não foi capitão do time em Alabama e nem parece ter a eloquência para ser um líder vocal no vestiário. Mas parece ter a ética de trabalho e a mente no lugar certo para ser um líder, por exemplo, tendo boas práticas que os demais seguem. A liderança vocal pode ser desenvolvida, como aconteceu com Von Miller recentemente, que passou a ser um líder mais vocal, mas líderes por exemplo também são importantes em um vestiário. Jogadores que fazem mais do que falam.
Os Broncos tem em Jeudy não só um WR que complementa Courtland Sutton, mas alguém com potencial para se transformar em um dos melhores WRs da liga. Para isso, é claro, muitas coisas tem que acontecer, começando com o trabalho árduo, o time ser competitivo ao seu redor e Drew Lock se tornar um QB capaz de carregar o time como um franchise QB.
Sobre quem será o WR número 1 e 2 entre Sutton e Jeudy, fica o conselho que um dos melhores WRs da história do Denver Broncos, Demaryius Thomas, disse ter dado a Sutton, em entrevista na rádio com o também ex-WR dos Broncos, Brandon Stokley:
Eu elogio (Eric) Decker e Emmanuel Sanders e o resto dos caras com quem eu joguei, porque eles fizeram as coisas mais fáceis pra mim. Nós fazíamos competição nos treinos. Até com você, (Stokley), nós fazíamos uma competição nos treinos em que – Eu nunca digo que nós éramos o número 1 ou 2; nós agíamos como se nós dois fossemos 1s e 2s. Então se você fosse marcado com marcação dupla esta semana, eu tinha um dia livre, e se eu fosse marcado em marcação dupla, você ficava livre. E no final do dia, nós conseguíamos a vitória para o time. Então ter outro número 2 é tipo uma das melhores coisas que você pode ter no ataque. Você tem que ter. Não existe número 2. Você tem alguém que pode potencialmente receber marcação dupla pra você poder jogar muito.
Se Jeudy e Sutton forem DT e Emmanuel, e eles tem potencial para isso e até mais, os Broncos estão muito bem.
O que acharam do nosso novo WR?