Saudações, torcedor de coração laranja do Colorado. Para a surpresa de zero pessoas, John Elway draftou um quarterback este ano. Com a 42ª pick, os Boncos escolhem Drew Lock, da Universidade do Missouri. Chegou a hora de conhecê-lo melhor: bust ou franchise QB?

Drew Lock chegou aos Broncos após uma troca com o Cincinnati Bengals. Denver subiu para a posição 42 e enviou para os Bengals uma escolha de segunda (52ª), quinta (125ª) e sexta (182ª) rodada. Lock era um dos quatro top prospectos deste draft, previsto para sair ainda no primeiro round, mas como falamos na semana passada, não seria surpresa se isso não acontecesse.

Vale lembrar que os Broncos tinham a 10ª escolha, e nesse momento, outro QB mais bem avaliado estava disponível – Dwayne Haskins. No entanto, o time optou por fazer um trade down com os Steelers. Broncos desceu, ficou com a 20ª pick e Haskins foi selecionado pelos Redskins, na 15ª. Em alguns drafts simulados, Lock sairia para o Broncos na #10 mesmo. Dessa forma, a saída do quarterback na #42 parece ter sido um boa jogada de Elway.

Ao que tudo indica e pelo que foi declarado até agora, Drew Lock disputará a vaga de backup de Joe Flacco. Parece que Flacco pode mesmo ser o tal do QB bridge, enquanto o rookie é o futuro.

Carreira pré-NFL

Andrew Stephen Lock nasceu 10 de novembro de 1996, no estado do Missouri e sempre viveu na região metropolitana de Kansas. Durante o ensino médio, frequentou a Lee’s Summit High School e em seu senior year foi eleito o jogador do ano pelo Kansas City Star’s All-Metro. Após passar para 2.731 jardas e 28 touchdowns, foi considerado o 6º melhor QB pro-style do país para a classe de 2015.

No college, cursou a Universidade do Missouri, fazendo parte do Missouri Tigers, assim como seu pai, que foi OL e seu avô, que também jogou pela equipe. Lock assumiu como quarterback logo em seu primeiro ano. Ele foi starter nos últimos oito, de 12 jogos em seu freshman year. Desde 1995 que um QB calouro não se tornava QB principal naquela universidade.

Na sua segunda temporada pelo Tigers, Drew Lock terminou em 1º no ranking da SEC em jardas aéreas (3.999) e em 2º na média de jardas passadas por jogo (283.3). Já em 2017, seu junior year, o quarterback realmente se destacou. Ele quebrou o recorde histórico em número de passes para TD de um QB em um único ano: 44!

Durante toda a sua carreira universitária ele vinha melhorando a cada ano, o que não se repetiu em 2018. Por isso, o QB foi considerado inconsistente e sua avaliação caiu. Enquanto alguns scouts o colocavam como prospecto de 1ª rodada, ele chegou a ser cogitado até a 5ª!

Veja abaixo o resumo sobre o jogador no Guia do Draft 2019, do On The Clock:

Drew Lock foi um dos grandes nomes falados no começo da temporada para ser um quarterback escolhido na primeira rodada. Afinal, numa classe sem muitos nomes fortes como a de 2018, natural que isso fosse acontecer. No decorrer da temporada, porém, a empolgação em volta de seu nome foi derretendo. Não evoluiu de uma temporada para a outra e continuou deixando dúvidas para muitos olheiros em muitas áreas do seu jogo. Problema número 1 é a sua inconsistência. Lock é capaz de fazer uma jogada que te deixa boquiaberto e em seguida tomar uma decisão indefensável. Foi capitão de Missouri em 2018.

Abaixo, os seus números no college:

Quatro técnicos em três anos

Como pode um quarterback, que liderou a FBS em jardas aéreas (10.861) e passes para TD (95) nos três últimos anos, ser inconsistente? A resposta pode ser a grande mudança de coordenadores ofensivos com estilos diferentes durante seus anos à frente dos Tigers. No total, foram três OCs.

Após o seu primeiro ano, o HC Gary Pinkel se aposentou e foi substituído por Barry Odom, que trouxe Josh Heupel como OC. Após dois anos, Heupel foi contratado como HC na UCF e Derek Dooley entrou em seu lugar.

Pinkel jogava em um esquema no-huddle, em spread offense. Heupel, no entanto, jogava em veer and shoot, um esquema inspirado na spread, para ganho de muitas jardas. Já Dooley instalou a pro-spread, que dá uma visão mais próxima dos esquemas ofensivos encontrado na NFL hoje em dia.

Embora os três esquemas tenham as suas semelhanças, as mudanças constantes costumam atrapalhar a consistência do jogador e do setor. Lock não tem medo de fazer passes arriscados. É normal vê-lo colocar a bola em janelas apertadas. O quarterback tinha o braço mais forte dentre os prospectos deste ano. Por outro lado, seus pontos fracos mais apontados são o problema da leitura em progressões, especialmente utilizado em spread, e a inconsistência. Mas acredito que esse último problema foi justificado acima.

Drew Lock no Denver Broncos

Agora cabe ao HC Vic Fangio, ao OC Rich Scangarello e ao coach de QBs T.C. McCartney transformarem Drew Lock em um franchise QB. Esqueça que Joe Flacco vai ensiná-lo, não por falta de capacidade, mas porque esse não é o seu papel. Ele estará preocupado em jogar. Quando falam em Lock aprender com o veterano, está muito mais sendo considerado a observação e mentoria.

Quando visitou os Broncos, Lock disse que Scangarello e Fangio apontaram seus erros e pontos de melhoria e disse ser grato a isso. Ao documentário Draft Academy, da ESPN norte-americana, Lock comentou, em sua primeira aparição após ser draftado:

“Eu tenho coisas a melhorar, eu tenho coisas para trabalhar. Mas eu estou pronto para fazer isso, isso significa que eu estou pronto para fazer isso aqui (nos Broncos)”

Nos Broncos, Lock deve disputar a vaga de QB backup de Joe Flacco, como John Elway declarou. Vic Fangio o considera o quarterback do futuro do time. Contudo, já há bold predictions de que o rookie deve estrear ainda este ano. A previsão diz respeito da agenda apertada dos Broncos no começo da temporada, e após um provável 3-6 ou 4-5, Flacco vá para o banco e Lock assuma o papel.

Tem muita coisa nova no ataque dos Broncos esta temporada. Da comissão técnica a jogadores. Vai ser um ano de tensão e análise e ao que tudo indica, Drew Lock terá tempo para se ambientar.

O que você achou da escolha do quarterback no Draft? Ele é, finalmente, o quarterback dos Broncos ou Elway errou, de novo? Fala para a gente nos comentários.