Análise dos setores – Semana 17 @ Chargers

Saudações, torcedores dos Broncos! Denver foi massacrado pelo Los Angeles Chargers por 34 a 13 e está oficialmente fora dos playoffs da NFL nesta temporada. Vamos analisar os setores da equipe para saber o que deu certo e o que deu errado.

Os dados aqui utilizados foram retirados dos sites da ESPN Brasil (link) e do Next Gen Stats (link).

Ataque

Não há muito mais o que falar desse ataque de Pat Shurmur. Os problemas são os mesmos há várias semanas e nosso OC não fez simplesmente nada para mudar.

Denver tem problemas com o jogo aéreo, visto que Shurmur insiste em desenhos de passes longos, negligenciando rotas intermediárias e lançando bolas curtas em terceiras longas. Qualquer adversário que enfrenta Denver sabe que impedir a corrida mata completamente o ataque, forçando-o a enfrentar terceiras descidas longas.

Não foi diferente contra os Chargers, que lotaram o box e eliminaram a eficiência do jogo corrido dos Broncos. Corremos 27 vezes com a bola para 83 jardas, média de 3,1 jardas por carregada. Isso contra uma das piores defesas terrestres da liga.

Não à toa estivemos muitas vezes em terceiras descidas longas na partida. E qual a resposta do nosso OC? Passe curto ou corridas toscas. Observe o diagrama de passes de Drew Lock abaixo.

Note como o meio do campo e rotas intermediárias (entre 10 e 20 jardas) são pouco trabalhados.

Note como as rotas entre 10 e 20 jardas são pouco trabalhadas e como o meio do campo também. Isso com um QB que tem um braço forte justamente para atacar essas zonas do campo sem precisar colocar toque nos passes (que não é o forte dele). Em compensação, passes curtos laterais aparecem aos montes.

Pelo lado das corridas, as realizadas em terceira descida foram simplesmente deploráveis. Principalmente com a OL em tarde ruim. Veja o exemplo abaixo.

Tradução: “Os Broncos fazem o pull com Garett Bolles na terceira para 3, mas os Chargers fazem o tackle no backfield.”

Terceira para 3 jardas e os Broncos trazem 11-personnel a campo. Shurmur chama uma corrida em zona com Garett Bolles fazendo o pull enquanto a OL se desloca para a direita. Uma chamada bem “ousada” para uma terceira descida e tudo dá errado.

Primeiro, Netani Muti é facilmente batido, permitindo penetração de um DL no backfield. Depois, Bolles até alcança o EDGE não bloqueado (o que é do desenho da jogada), mas Cam Flemming é batido como se fosse um bonecão de posto e o LB também chega ao backfield. Para colocar a cereja no bolo o CB dos Chargers no lado de cima do vídeo não compra o passe em nenhum momento e chega sem bloqueios em Javonte Williams.

Resultado, três defensores para tacklear nosso RB, que não tem qualquer chance de fazer algo. Terceira descida não convertida. Na partida, convertemos apenas 3 de 11 e o ataque poucas vezes teve ritmo na partida. Chegou apenas 3 vezes à redzone e só capitalizou TD em uma (no garbage time). Aí fica difícil!

Realmente, há pouco a acrescentar sobre essa unidade. Mal treinada, mal concebida e que utiliza mal seus atletas. Termino essa análise com o Philly’s Special que Shurmur chamou em um quarta descida para o gol. De acordo com Drew Lock “treinamos apenas algumas vezes ao longo da temporada e nenhuma na semana que antecedeu o jogo”. O resultado é esse que você vê no vídeo abaixo.

Tradução: “Demitam Pat Shurmur hoje.”

Defesa

Começo dizendo que essa defesa tem sempre um trabalho difícil a fazer. Um “ST” que entrega retornos longo e campo curto para o adversário e um ataque sem ritmo. É difícil para uma defesa aguentar uma temporada inteira de “Broncos Football”. Dito isso, a unidade não fez um bom trabalho contra os Chargers.

É verdade que fizeram um trabalho descente contra o jogo terrestre, limitando os Chargers a 3 jardas por carregada. Até por isso, os Chargers enfrentaram 15 terceiras descidas na partida. Mas foi justamente aí que a unidade falhou, cedendo 9 conversões, além de 1 conversão de quarta descida.

Essa conversão de quarta mostra um dos grandes problemas da defesa na partida, que foi marcar o passe para RB nas flat routes. Observe o vídeo abaixo.

Tradução: “Chargers enfrentam uma quarta para 2, mas convertem porque Austin Ekeler fica livre na swing route.”

O Chargers mandam 11-personnel a campo em formação 3×1. Ekeler faz o motion e denuncia que os Broncos estão em marcação mano a mano. No snap, o RB faz uma finta que não enganaria nem o pior zagueiro da Copa SP, mas o ILB Micah Kizer caiu. Ekeler sai livre na rota flat (ou swing) e faz a conversão.

Isto se repetiu algumas vezes na partida e pouco a pouco a defesa foi abrindo o bico. Gosto muito dessa unidade e entendo que ela é traída pelos demais setores da equipe, mas não tem desculpas para ontem. O desempenho foi fraco.

“Time de especialistas”

Não vou analisar nada desse lixo de “unidade”. Deixo apenas alguns vídeos ilustrativos.

Tradução: “É notório que a performance da defesa não importa por causa do ataque e do time de especialistas. O microcosmo da era Fangio como HC.”

Demitam Tom McMahon!

Conclusões

É muito chato vir nesta coluna toda semana falar as mesmas coisas, mas a realidade é o que é. Ataque anêmico e “ST” patético. Contra os Chargers, o negócio foi tão ruim que até a defesa abriu o bico. Resultado, um baita chocolate que levamos.

Nossas chances de playoffs estão oficialmente findadas, bem como a chance de ter um temporada com mais vitórias que derrotas. Mais um ano desperdiçando uma defesa de elite com suporte ridículo ao redor dela.


Essas foram as minhas considerações sobre a derrota contra os Chargers. Deixem as suas na seção de comentários.

Se vocês querem produtos dos Broncos e da NFL, confiram o site da First Down (link), parceira do Mile High Brasil.

E não se esqueçam de seguir o Mile High Brasil no Twitter, no Instagram, se inscrever em nosso canal no YouTube e apoiar nosso trabalho pelo Apoia.se. Nos vemos em breve!

#GoBroncos