Análise de contrato: Justin Simmons

Saudações, torcedor dos Broncos! Seguimos com nossa série de análises dos grandes contratos de longo prazo assinados por Denver nessa offseason. Hoje, iremos discutir o contrato de Justin Simmons.

Para você que ainda não leu, já analisamos o contrato de Shelby Harris (link) e terminaremos semana que vem com o de Ronald Darby. O objetivo final é entender como esses contratos afetam o salary cap dos Broncos e a capacidade do time em se reforçar no mercado no restante de 2021 e em 2022.

O contrato

Estes são os principais pontos do contrato assinado entre Justin Simmons e os Broncos:

  • Duração total de 4 anos;
  • Valor máximo de 61 M;
  • Média salarial anual de 15,25 M;
  • 32,1 M totalmente garantidos no momento da assinatura;
  • 35 M em garantias totais (explicarei melhor esse ponto);
  • Bônus de assinatura de 15 M.

A média salarial de 15,25 M por ano tornou Simmons o safety mais bem pago da NFL, superando os 14,75 M por ano de Budda Baker no Arizona Cardinals. Nada contra o S dos Cardinals, mas é inegável que Simmons é muito mais jogador e entrega mais por cada dólar recebido, tanto que é considerado o melhor da liga na posição entrando em 2021 pelo Pro Football Focus (link). Aliás, o mesmo PFF atesta que Justin Simmons é o S com as melhores notas desde 2019 (veja no Tweet abaixo). Particularmente, considero mais do que justo que seja o mais bem pago da liga na posição e estou feliz por tê-lo em Denver por um bom tempo.

Tradução: “Safeties com maiores notas desde 2019”. Notem que Kareem Jackson também está nessa lista, mostrando que Denver tem a melhor dupla de S da liga.

Um outro ponto a ser compreendido é a diferença entre o garantido na assinatura e as garantias totais. Percebam que há 2,9 M de diferença entre os valores. Isso acontece porque 2,9 M do salário base de 2023 ficarão totalmente garantidos no 5º dia da liga em 2022. Ou seja, se os Broncos não cortarem Simmons até março do ano que vem, o total de garantias será de 35 M. Além disso, esses 2,9 M já são garantidos em caso de lesão, portanto receberá esse dinheiro mesmo se cortado no início do ano que vem lesionado. Veremos a seguir que esse é um detalhe importante na estrutura do contrato.

A estrutura

O contrato de Justin Simmons está estruturado como demonstrado na tabela abaixo.

Semelhante ao que vimos no caso de Shelby Harris, o cap hit do primeiro ano de contrato é bastante reduzido, apenas 5,75 M. Consequentemente, os cap hits dos demais anos são bastante pesados, sempre acima de 18 M. Portanto, George Paton repete sua estratégia: jogou o peso sobre o salary cap para frente, mantendo a capacidade do time em fazer contratações em 2021. Claro que isso terá um possível efeito contrário para os próximos anos, mas discutiremos essa questão no último post da série.

Outro ponto a analisar são os dead caps em caso de corte. Note que nos dois primeiros anos são maiores que os cap hits, de modo que cortar Simmons em 2021 e 2022 pesaria mais sobre o salary cap do que mantê-lo no time. Logo, o corte nesses dois anos seria improvável. A coisa parece mudar de figura em 2023. Pela tabela acima, cortar Simmons no terceiro ano de contrato deixaria 7,5 M em dead cap. Logo, em teoria, os Broncos economizariam 10,65 M (18,15 – 7,5) ao se livrarem dele via corte. Mas tem uma pegadinha aí. Como comentamos acima, 2,9 M do salário base de 2023 ficam garantidos já em março de 2022. Pergunta: alguém consegue imaginar Denver cortando o melhor S da NFL um ano depois de assinar um mega contrato? Bem, eu não consigo e imagino que a maioria também não. Portanto, ao não cortá-lo em março de 2022, os 2,9 M a mais garantidos seriam adicionados ao possível dead cap de 2023. Assim, excluindo o inimaginável, a estrutura efetiva do contrato seria conforme a tabela abaixo.

Com os 2,9 M a mais, a economia com corte em 2023 se reduziria a 7,75 M, que só poderia ser aumentada ao patamar anterior via troca. Do ponto de vista prático, um corte em 2023 ainda seria economicamente justificável, mas não tão atrativo como se apresenta em um primeiro momento.

Por fim, cortar Simmons em 2024 economizaria 14,5 M (18,25 – 3,5 M) e não haveria modificações com troca. Isso demonstra claramente que é fácil se livrar do contrato no último ano. Um adendo aqui é que 2024 é um ano de ativação de opção que, como comentamos no último post, pode forçar os Broncos a cortar Simmons logo na abertura da Free Agency. Entretanto, não há informações sobre possíveis montantes que ficariam garantidos se essa opção for ativada.

O que o contrato significa para os Broncos

É bem claro que o contrato firmado entre Justin Simmons e Denver Broncos garante que o melhor S da NFL jogará de azul e laranja pelos próximos dois anos. Só há saída economicamente justificável a partir do terceiro ano do contrato (em 2023). Mesmo assim, vejo isso como uma opção remota e dependeria de muitos fatores como, por exemplo, os calouros Caden Sterns e Jamar Johnson se tornarem jogadores do mesmo calibre de Simmons. Até pode acontecer de um ou outro atingir nível semelhante, mas ambos é bem pouco provável.

O contrato firmado entre Simmons e Broncos garante que o melhor S da NFL estará em Denver por mais dois anos ao menos. Fonte: 9News.

Por fim, novamente vemos que George Paton jogou o peso do contrato para anos futuros e priorizou manter a capacidade de contratação em 2021, mesmo com o elenco praticamente fechado. Isso confirma que um QB veterano sempre foi uma opção na mesa do nosso GM e algo que ainda pode se concretizar.

Gravei um vídeo para nosso canal no YouTube para ajudar melhor no entendimento do contrato de Justin Simmons (confira abaixo).

Estas são minhas análises e impressões sobre o contrato de Justin Simmons. Deixe as suas nos comentários abaixo.

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